Escolher a escola certa para o seu filho é uma das decisões mais importantes que você pode tomar como pai ou mãe. Afinal, a escola é onde seu filho passará a maior parte do tempo durante a semana, aprenderá habilidades essenciais para a vida e fará amizades que podem durar a vida toda. Mas com tantas opções disponíveis, pode ser difícil saber como escolher a escola do filho.
Aqui estão 15 coisas que podem te ajudar neste processo.
1 – O que é importante para você e para o seu filho?
Antes de começar a procurar escolas, faça uma lista de suas prioridades e das necessidades do seu filho. O que é mais importante para você? Educação acadêmica? Esportes? Arte e música? Valores religiosos? Ambiente seguro? Ao entender o que é importante para sua família, você pode começar a avaliar as escolas que atendem a essas necessidades.
Provavelmente o pai e a mãe não tiveram a mesma educação nem estudaram na mesma escola durante a infância. É fundamental neste momento conversarem sobre as experiências que tiveram. Vocês gostaram do tipo de escola onde estudaram? O que gostariam de repetir e o que gostariam de fazer diferente para o seu filho?
Outro ponto importante é tentar deixar de lado suas expectativas e avaliar como é o perfil do seu filho. Não existe escola perfeita, mas sim a mais adequada para a criança.
Quando você está procurando um berçário ou uma escola de educação infantil, suas preocupações normalmente são em relação aos cuidados e à segurança que o ambiente fornece.
Conforme a criança vai crescendo, vão surgindo outras prioridades e é comum que você tenha que trocar seu filho de escola, seja porque o estabelecimento não oferece aquele novo ciclo de educação ou porque você começa a perceber novas necessidades da criança.
A Alice, por exemplo, teria muita dificuldade em uma escola tradicional. Ela é questionadora e observadora. Porém, só fomos descobrindo isto conforme ela foi crescendo. Ela aprende muito melhor por meio de experiências e vivências.
2 – Qual é o estilo de ensino da escola?
Algumas escolas enfatizam a aprendizagem experimental, enquanto outras são mais conservadoras. Tem escola que valoriza o aprendizado por experiências, projetos e rodas de conversa. Outras são mais conteudistas e os alunos seguem o roteiro dos livros e apostilas.
Depois, precisamos ainda falar de abordagens pedagógicas específicas, como a Montessori ou Waldorf. Certifique-se de entender o estilo de ensino da escola e como ele se encaixa com o seu filho e suas necessidades.

3 – Qual é o tamanho da turma e a relação aluno-professor?
A relação aluno-professor é um fator importante no sucesso acadêmico de seu filho. Verifique o tamanho das turmas e como a escola garante que cada aluno receba atenção individualizada.
Quando for conhecer a escola ou antes mesmo da visita, quando estiver ao telefone para pegar informações, questione o número de alunos por sala. E não esqueça: mesmo que o seu filho vá ingressar nos primeiros anos do Ensino Fundamental, pergunte como é nos anos seguintes.
Metodologias podem ser diferentes, porém uma sala de aula lotada para um único professor é ruim em qualquer método de aprendizado.
4 – Quais são as opções de atividades extracurriculares?
As atividades extracurriculares oferecem uma oportunidade para seu filho desenvolver habilidades e interesses fora da sala de aula. Pergunte sobre as atividades disponíveis, como esportes, música, teatro e clubes.
Nesta questão, mesmo que você não planeje que seu filho faça este tipo de atividade, você consegue observar alguns pontos sobre os valores da escola.
Vou dar um exemplo. Se nos cursos extras, a escola segue o modelo de oferecer balé para as meninas e futsal para os meninos, você já consegue imaginar que é uma escola que não estimula a criatividade, nem tampouco valoriza a interação entre meninos e meninas.
5- Como é a segurança na escola?
A segurança do seu filho é uma das suas maiores preocupações como pai ou mãe. Verifique a política de segurança da escola e se há histórico de incidentes. Certifique-se de que a escola tem medidas adequadas de segurança e precaução para garantir a segurança de seus alunos.
Muito além do discurso, aqui vale observar como funciona na prática. Observe como é a entrada e a saída dos alunos em um dia normal de aula.
Avalie também a segurança do espaço físico. Tem muitas escadas para os pequenos? Os professores auxiliam na descida e na subida?
Os espaços de brincar e de atividades extras são seguros? Tem piscina? É bem protegida?
6 – Como a escola lida com necessidades especiais?
Se o seu filho tem necessidades especiais, certifique-se de que a escola tem o suporte necessário para atender às necessidades dele. Pergunte sobre os programas e serviços de apoio, incluindo serviços de fonoaudiologia, terapia ocupacional e aconselhamento.
A escola tem acessibilidade?
Mais do que isto: você não vai querer que seu filho estude em uma escola que não acredite que a educação é para todos, não é mesmo?
7 – Qual é a formação e a experiência dos professores?
Os professores são uma parte vital da experiência escolar de seu filho. Verifique se eles têm a formação e a experiência necessária para fornecer uma educação de qualidade.
Antes de matricular seu filho na escola, você provavelmente vai ter uma visita e uma conversa com a coordenação, que falará sobre a escola.
É neste momento que você deve aproveitar para perguntar sobre o treinamento dos professores, qual é a formação exigida e quais disciplinas são oferecidas por professores especialistas.
Eu acho fundamental que as crianças tenham contato com vários professores: artes, música, teatro, esportes. Desta maneira, aprendem de forma mais diversa e completa.
Ao visitar a escola, observe os professores que estão dando aula. Eu gosto de ver se tem professores mais experientes. Acredito que uma escola que só tem professores muito jovens não está investindo em reter seus profissionais, seja por falta de motivação ou de baixos salários.
8 – Vestibular, Enem e Intercâmbio
Se você está procurando uma escola que ajude a preparar seu filho para o vestibular, verifique a taxa de colocação universitária da escola. Isso lhe dará uma ideia de como a escola prepara seus alunos.
Aqui, o vestibular nunca foi nossa prioridade. Eu sempre acreditei que o mais importante era despertar o interesse pelos estudos. Depois que a criança aprende a gostar de estudar, tudo fica mais fácil. Afinal, um adolescente seguro e tranquilo, tem muito mais chances de se sair bem em uma prova.
Outra coisa me aflige nesta busca por resultados de escolas em vestibulares. O mundo está em evolução e nem sabemos se nossos filhos irão fazer universidade no Brasil ou tentar uma experiência no exterior.
Então, por que gastar uma vida inteira se preparando para uma prova que, possivelmente, seu filho nem irá fazer? Um ano de cursinho pré-vestibular pode suprir qualquer treinamento neste sentido.
Há escolas particulares em São Paulo que já mudaram o foco para ajudar os alunos a ingressarem em universidades no exterior, já que as provas de seleção são completamente diferentes daqui do Brasil.
Questione sobre as possibilidades, mesmo que a família e a criança nem pensem ainda nessas questões. É importante saber quanto a futura escola irá ajudar a conquistar os sonhos do seu filho, seja estudar em uma boa universidade no Brasil ou ter a vivência de morar fora.
9 – Qual é a relação da escola com a comunidade?
Questione quais são as ações que a escola tem com a comunidade, tanto de pais como de vizinhos.
Qual é o perfil da sua família? Vocês dedicariam um sábado para trabalhar voluntariamente em uma festa da escola?
Precisamos ser realistas. Se o pai e mãe trabalham o dia todo e mal tem tempo de estar com os filhos, uma escola que exige participação dos pais em diversas atividades, pode apenas causar frustração.
Por outro lado, há quem ache fundamental a participação em todas as atividades escolares. Eu gosto muito de participar de tudo, mas já tive muitos problemas quando eu trabalhava em tempo integral.
Neste ponto, pergunte também em quais horários são as festas e apresentações que a escola promove. É viável para a sua rotina?
10 – Analise as redes sociais da escola
Obviamente sabemos que as redes sociais da escola são um recorte de momentos. Por razões óbvias, ali estão trechos do cotidiano que o estabelecimento divulgou para se promover.
Porém, com um olhar apurado, você consegue “pescar” muita coisa ali. Veja, por exemplo, vídeos de festas que a escola organiza. Observe quais são as músicas adotadas e como as crianças se apresentam.
Eu tive um episódio uma vez, quando a Alice tinha apenas 6 anos, que a escola resolveu fazer uma festa junina (com um nome mais refinado porque era bilíngue) e colocou as crianças para ensaiarem a música “Arrocha”. Pra mim, é inconcebível uma instituição de ensino colocar crianças para dançar músicas de conotação sexual.
Vejo como um problemão, mas talvez isto não incomode sua família. Por isto, é importante você escolher o que é melhor para você e o seu filho, mesmo que aí não seja a escola melhor avaliada da sua região. O importante é que os seus valores sejam atendidos.
11 – Como é o prédio e a estrutura da escola?
O ambiente escolar é fundamental para o desenvolvimento dos alunos. Quando você procura um berçário ou escola de educação infantil, veja se tem um parquinho legal, espaços de brincar e áreas abertas com sol.
Observe também se as salas de aula são bem ventiladas. É comum que as crianças adoeçam assim que começam a frequentar a escolas porque são mais expostas a vírus. Um ambiente arejado pode ajudar bastante.
Tome cuidado ao visitar as escolas porque eles adoram mostrar espaços lindos e vários laboratórios. Pergunte com quem frequência os alunos de fato usam os espaços. Se você está visitando uma escola durante o horário de aulas e os laboratórios estão todos trancados, ligue o alerta que possivelmente aquele espaço é mais pra propaganda.
Caso a escola tenha biblioteca, dê uma olhada nos títulos e pergunte em que horários os alunos podem frequentar o espaço. Dê aquela espiada se tem lugares para as crianças sentarem confortavelmente para ler.
A Alice, por exemplo, já estudou em uma escola com dois intervalos na escola. No primeiro, ela costumava lanchar. No segundo, ela preferia relaxar na biblioteca.
O estímulo à leitura é fundamental. Eu fico muito feliz que a Alice encare ir pra biblioteca como um prazer.
Olhos atentos durante a visita
Quem leva você para uma visita é sempre alguém que está ali para te vender algo. Questione o máximo que puder.
Vou dar outro exemplo. Visitei uma escola que tinha piscina e a natação era a aula regular de educação física. Perguntei quanto tempo era a aula e tinha 50 minutos. Nestes 50 minutos, as crianças vinham todas para o vestiário, se trocavam, íam pra piscina e depois se arrumavam para voltar para a próxima aula.
Se você é mãe e pai e já viu uma criança se arrumando junto com amigos, já sabe que deve sobrar pouco tempo para aproveitar mesmo a piscina.
No ano passado, por curiosidade, andei visitando algumas escolas próximas de onde moro.
Em quase todas, me mostraram laboratórios lindos de robótica. Porém, em apenas uma, eu vi o laboratório realmente sendo usado e notei que a escola investiu no material para produção dos trabalhos. Nas outras, era um espaço cheio de ferramentas e pouca ação.
Durante a visita, aproveite também para ver como é a lanchonete da escola. Vendem lanches saudáveis ou os industrializados estão lá expostos chamando a atenção das crianças?
12 – Passeios e saídas pedagógicas

Pra mim não tem melhor forma de aprender do que na prática. Então, nada melhor que um passeio relacionado ao tema que estão estudando.
Sempre que visitei uma escola, questionei sobre a frequência e o tipo de passeios que realizavam. A escola da Alice tem viagens de estudo de meio e eu acho incrível.
Outras escolas preferem programar passeios apenas para lazer, com saídas para o Hopi Hari, por exemplo. Não tem nada de errado nisto, mas é legal saber antes de matricular seu filho.
Por outro lado, há pais que temem pela segurança de seus filhos e não gostam deste tipo de saídas. Da mesma forma, algumas escolas preferem não realizar estes passeios. Vale perguntar também.
13 – Artes e ensino religioso
O ensino de artes para crianças pode ser muito diferente. Tem instituições que na aula de artes as crianças são orientadas apenas a pintarem desenhos ou construírem objetos com sucata. O objetivo é mais desenvolver a coordenação motora.
Em outras escolas, as aulas de arte passam pelo estudo sobre artistas clássicos e contemporâneos, assim como estimulam a criatividade. Mais uma vez, procure algo alinhado com o que você acredita.
Muitas escolas ministram ensino religioso durante a jornada. Se isto é uma questão ou prioridade para você, procure uma escola alinhada com seus valores.

14 – Horário e localização
Analise se os horários da escola atendem suas necessidades e sua disponibilidade. Passe alguns dias na porta da escola no horário da entrada e na da saída. Veja se é organizado ou um verdadeiro caos.
Caso você more na cidade de São Paulo, leve em consideração também os horários em relação ao rodízio municipal de veículos. Parece bobo, mas pode se tornar um problema a médio prazo, todas as semanas.
15 – Qual é o custo da escola?
Por fim, mas não menos importante considere o custo da escola. Algumas escolas privadas podem ser muito caras, enquanto outras podem ter programas de ajuda financeira disponíveis para famílias de baixa renda. Verifique todos os custos envolvidos, que vão muito além da mensalidade.
Antes de matricular seu filho, pergunte sobre valores extras, como por exemplo, saídas pedagógicas (passeios), uniformes e livros. Peça também para ver a lista de materiais que é pedida no início do ano. Observe se são só itens essenciais ou se a escola abusa na lista.
A Alice já estudou em três escolas e cada uma tinha um perfil diferente de material. Na primeira, que ingressou ainda bebê e seguiu por alguns anos, o material escolar já estava incluído na mensalidade.
Na segunda, adotavam apostilas da própria metodologia, além de uma lista de livros para comprar. Nessa questão, os pais se organizavam e passam de turma para turma. Assim, reduzia muito o custo.
Porém, eles pediam uma lista enorme de materiais para uso das crianças. Incluía itens bem peculiares, como limpador de cachimbo para atividades de arte.
Na escola anterior, onde Alice estudou mais de seis anos, a lista se resume aos livros e ao material que a criança leva em seu próprio estojo. Quanto aos livros, a partir do 6º ano do Fundamental, quando os livros não são mais consumíveis (aqueles que a criança escreve no próprio livro), a escola promove uma ação de apadrinhamento entre os alunos. Assim, um aluno do ano seguinte, passa todos os seus livros para outro aluno. São super cuidadosos e os livros chegam em excelente estado.
Adaptação das crianças e dos pais
Ao escolher a primeira escola para os seus filhos, chega junto a preocupação de como será a adaptação.
Em primeiro lugar, consulte a escola sobre como eles conduzem este processo.
Depois, tente envolver a criança, na medida do possível, na escolha de onde ela vai estudar. Isto facilita bastante.
Alguns livros também podem ajudar:
A Escola do Marcelo
Ruth Rocha
A escola onde Marcelo estuda é super divertida. Lá eles brincam e estudam ciências, história, matemática e música.
Bibi vai para a escola
Alejandro Rosas
A Bibi não queria ir para a escola porque achava que não ia gostar de nada. Porém, no seu primeiro dia, teve uma surpresa bastante agradável.
Timóteo vai à escola: 4
Emmanuelle Massonaud
Acompanhe as aventuras mais engraçadas de Timóteo que ajudam a enfrentar os desafios do início da vida escolar, aos 4 anos.
Guido Vai à Escola
Laura Wall
A Sofia precisa ir à escola, mas o Guido quer ir também. A mãe da Sofia precisa explicar que a escola não é lugar para gansos. O que será que o Guido aprontaria por lá?
Nada é pra sempre
Acredito que, ao considerar estes itens, você terá uma boa ideia do que a escola oferece e se é mesmo indicada para o seu filho e sua família.
É uma escolha importante, mas lembre-se que não precisa ser definitiva.
Como foi nossa experiência
Alice, aos 13 anos, está em sua quarta escola. Ela começou a frequentar o ambiente escolar ainda bebê, com apenas 4 meses de idade, quando acabou a minha licença-maternidade.
Era uma escola construtivista e bilíngue. Os cuidados enquanto ela era bebê foram ótimos e até hoje tenho muito carinho por alguns profissionais de lá.
Com o passar do tempo, começamos a ficar incomodados com algumas questões e fomos em busca de outra escola.
Insistimos que ela continuasse em uma escola bilíngue e, quando ela tinha 4 anos, trocamos para uma de metodologia canadense.
O inglês dos profissionais era impecável, mas quando a Alice começou o processo de alfabetização não foi legal. Começamos a questionar então qual era nossa prioridade.
Do que adiantava ela saber falar inglês se não estava aprendendo bem as outras coisas?
Entre outros problemas pontuais, o que mais me incomodou é que, quando as crianças começaram o processo de alfabetização, a escola ficou super tradicional, com professores bem rígidos. Eu tive que reclamar algumas vezes até que estavam proibindo as crianças de beberem água e irem ao banheiro.
Novos desafios
Partimos então para uma nova busca de escolas. Neste ponto, já tínhamos certeza que escolas tradicionais não funcionariam para a Alice porque ela levava muito a sério as regras e vivia sempre tensa. Ninguém aprende assim, né?
As duas escolas anteriores, mesmo de forma diferente, valorizavam os projetos e a aprendizagem por experiências.
Encontramos então uma escola socioconstrutivista que parecia levar a sério de fato toda a teoria. Nesta metodologia, as experiências e a relação com o grupo é que proporcionam o processo de aprendizagem. Mas no final do ano passado enfrentamos outra questão: a escola foi vendida para um grupo maior e mudou a direção. Consequentemente, trocaram vários professores e outros mudaram a forma de conduzir as atividades e a programação.
Partimos, mais uma vez, para buscar uma nova escola. Em 2024, iniciamos um novo processo de adaptação e estamos bem satisfeitos até agora.
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Sensacional! Gostaria de ter lido isso antes… mas antes tarde do que nunca né
Eu tb… teria me poupado muito tempo e desgaste